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quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Foi outro dia histórico




Ontem (10/12) a Câmara Uruguaia de Senadores votou o projeto de regulamentação da maconha.
O que se votou
A lei tem 44 artigos.
Do art 1 ao 4 se estabelecem os fins e princípios  gerais que justificam o projeto:

  • se marca a regulação em uma política de proteção da saúde da população, e alerta sobre os danos que provoca o consumo de drogas e a necessidade de incrementar as políticas de prevenção educativas e sanitárias. Ou seja, esta não é uma lei que promove o consumo mas que tenta reduzir o dano que produz.
  • Se define que o Estado terá o monopólio da regulação e controle de toda a cadeia: produção, venda, etc., da  maconha.
  • Se estabelece que a lei trata de proteger a população do narcotráfico já que se dá o paradoxo que o consumo de maconha está permitido há quase 40 anos, mas só se pode conseguir através do narcotráfico, e obriga a cometer um delito, também da exploração a outras drogas por parte das pessoas. Temos feito um grande negócio ao narcotráfico, e é o que queremos começar a combater.

Dos artigos 5 a 7 inclusive estabelecem as exceções a lei de narcóticos e definem as condições para produção. consumo e venda da maconha:

  • É autorizada a produção para fins de pesquisa científica e de uso medicial
  • É autorizada e regula o cultivo pessoal e coletivo em clubes de usuários. Estes últimos poderão ter um mínimo de 15 e um máximo de 45 sócios.
  • Se define a posse máxima para um pessoa de 40 gramas de maconha, e também se estabelece o mesmo valor que poderá vender por pessoa.
  • É autorizado que a venda de maconha para consumo recreativo e se realizará através de farmácias. No caso dos produtores medicinais será cobrada apresentação de receita medica.
 O artigo 8 propõe a criação dos Registros requeridos correspondentes para produção, cultivo e acesso através de farmácias dos usuários. Os registros de usuários serão alcançados pela lei de proteção de dados sensíveis ou lei de habeas data. Os registros serão realizados e administrados pelo Instituto Regulação e Controle da Maconha (IRCCA), dependência administrativa do Ministério da Saúde Pública.

O artigo 9 ordena ao sistema de saúde a execução de políticas e a criação de dispositivos para a prevenção, tratamento e reabilitação de consumidores problemáticos em todas as cidades maiores de 10 mil habitantes.


O artigo 10 ordena a inclusão nos planos de estudo do sistema educativo (educação inicial, primária e média e formação docente) da disciplina "prevenção do uso problemático de drogas".

O artigo 11 proíbe terminantemente qualquer tipo de publicidade da maconha por qualquer mídia.

O artigo 12 ordena que a Junta de Drogas a realize campanhas anuais de prevenção e desestímulo do consumo de drogas e habilita a realização de convênios com empresas do estado para seu financiamento.


O artigo 13 aplica na maconha a legislação anti-tabaco e o artigo 14 proíbe o acesso das substancias por menores de 18 anos.

Por sua parte o artigo 15 estabelece sanções para quem conduz veículos após consumir maconha - como é aplicado no caso do álcool - e estabelece as sanções; enquanto que o artigo 16 faculta a instituições estatais e da sociedade a solicitar ao JND capacitação e assessoramento para uma eventual realização de controles como os que se definem no artigo anterior, sempre que se fundamente em conduta que coloque em risco terceiros. 

Desde o artigo 17 ao artigo 41, se cria o Instituto de Regulação e Controle da Maconha (IRCCA), e se
definem os fins, competências, integração, administração e funcionamento, cometidos e atribuições, recursos, órgãos de direção e consultivos, etc.

Por sua parte, o artigo 42 cria uma Unidade de Avaliação e Monitoramento da aplicação e cumprimento da presente lei.

Finalmente, os artigos 43 e 44, encarregam a regulamentação da lei ao Poder Executivo e  revogam todas as leis contrárias ao que esta lei estabelece.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Diplomacia econômica no século XXI: métodos e visões da Suécia

Quando a Suécia lançou sua primeira missão oficial ao Brasil - no longínquo ano de 1808! - o presidente do Conselho Real declarou: "O comércio é o objetivo supremo desta missão". E isso era verdade, literalmente. Lorenzo Westin, o primeiro-cônsul sueco, envolveu-se profundamente nesses primeiros passos do comércio Brasil-Suécia, e acumulou uma riqueza pessoal considerável nesse processo.

Mas é preciso dizer, a favor de Lorenzo, que ele promoveu o comércio com igual energia em ambas as direções. A diplomacia econômica no século XXI faria bem em seguir o exemplo.

Na condição de sucessor moderno de Lorenzo, considero as lições de 1808 ainda válidas, embora nossos métodos de trabalho tenham mudado um pouco. Nós certamente promovemos o comércio e o investimento. Mas as relações econômicas entre os países estão se tornando algo que transcende a mera troca de bens e serviços. Parcerias interfronteiriças muitas vezes envolvem diferentes tipos de stakeholders, sejam do setor privado, do meio acadêmico ou de órgãos governamentais. A Embaixada, portanto, dá ênfase a plataformas de apoio voltadas para possibilitar tais parcerias, como o Centro de Pesquisa e Inovação Sueco-Brasileiro, em São Bernardo do Campo, e a cooperação entre agências de inovação dos dois governos.
A Embaixada trabalha em estreita colaboração com a Business Sweden, uma agência específica para a promoção do comércio e do investimento, de propriedade conjunta do governo sueco e da Associação das Indústrias Suecas, com escritórios em 57 países. A Business Sweden atua como uma consultoria e cobra das empresas a conta por seus serviços. Outro importante parceiro é a Câmara de Comércio Sueco-Brasileira, em São Paulo, que funciona como ponto de apoio para a indústria sueca no Brasil há 60 anos.

Além do trabalho promocional, como delegações de empresários, conferências e participação em feiras, a Embaixada, é claro, acompanha de perto as condições do ambiente de negócios no Brasil e ajuda as empresas na busca para garantir condições de competição igualitárias.

No momento, a Embaixada está preparando as atividades promocionais para os próximos três anos. Isso será feito em estreita colaboração com todas as partes ativas na construção da parceria Suécia-Brasil - governamentais ou não. Devemos estabelecer áreas de prioridade e objetivos com efeitos mensuráveis.

A Suécia, obviamente, busca o acesso a bons mercados para suas empresas. Mas, além disso, o país é um sério defensor do livre comércio global e advoga ferrenhamente por uma maior abertura da União Europeia,  da qual é membro. A Suécia sempre resiste a clamores pela implementação de "medidas de retaliação", tais como procedimentos antidumping. Esse tipo de medidas leva à adoção de contramedidas, que prejudicam as cadeias globais de valor das quais todos nos beneficiamos.

Do valor total das exportações industriais da Suécia, 35% são importações. Portanto, nós dependemos não apenas de acesso a mercados de exportação, mas igualmente de um fluxo de importações sem impedimentos. Não é por acaso que a ministra do Comércio sueca, uma dos três ministros do Ministério das Relações Exteriores, costuma se autointitular "a ministra do livre comércio".

No governo sueco, não há um setor de "defesa comercial". Tampouco as exportações ou importações estão sujeitas a qualquer deliberação política específica. Existe, no entanto, um Conselho Nacional do Comércio, que analisa padrões de comércio e presta assessoria ao governo. O Conselho também funciona como um ponto de contato para a rede europeia SOLVIT, que tem como objetivo solucionar questões do dia a dia do Mercado Único Europeu.

Nosso primeiro círculo de comércio é, naturalmente, o Mercado Único Europeu. Trata-se de uma das maiores conquistas da União Europeia (UE), mas, de forma alguma, é algo completo. A Suécia faz pressão por uma liberalização contínua, não apenas no crucial setor de serviços, mas também nas áreas de telecomunicações, ferrovias e energia.

Idealmente, os mercados globais deveriam ser abertos por meio de medidas globais. Esse é o papel da OMC. O novo diretor-geral da organização, o brasileiro Roberto Azevedo, injetou sangue novo nos atuais esforços para se obter pelo menos algum resultado concreto parcial na longa negociação conhecida como Rodada de Desenvolvimento de Doha. Esperamos que, no mínimo, um pacote limitado possa ser concluído antes do fim do ano, envolvendo, principalmente, procedimentos de comércio simplificados e medidas de especial importância para os países menos desenvolvidos. Um pacote nesses moldes iria manter viva a visão de um acordo universal. No entanto, será difícil avançar de forma decisiva caso a "síndrome da concessão" prevaleça.

A Comissão Europeia negocia em nome da UE na OMC, mas constantemente consulta seus Estados-membros, e a Suécia decidiu investir recursos humanos consideráveis nesse trabalho.

Paralelamente, diversas iniciativas regionais para liberalizar o comércio têm sido implementadas. Na América Latina, o Mercosul está se expandindo gradualmente. México, Colômbia, Peru e Chile anunciaram um novo acordo de livre comércio, a Aliança do Pacífico, o que reflete, em parte, uma negociação mais ampla, envolvendo também os Estados Unidos e outros países do Pacífico. A União Europeia concluiu um número significativo de acordos bilaterais e regionais, o mais recente com o Canadá, e deu início também a uma ambiciosa negociação com os Estados Unidos e a outra com o Japão.

No médio prazo, uma importante tarefa para a diplomacia econômica é garantir a compatibilidade dos acordos regionais, tanto entre eles quanto em relação ao futuro acordo global da OMC.

No mundo globalizado, a diplomacia econômica não pode, é claro, atuar de forma isolada em relação às outras diplomacias. O mundo precisa enfrentar a questão do aquecimento global, ao mesmo tempo contendo esse fenômeno e se adaptando a ele. Existe também um sério compromisso a se honrar, firmado na Rio+20: indicar claramente o caminho para o desenvolvimento sustentável. Fortalecer os direitos humanos e o Estado de Direito em todo o mundo, sem falar nos direitos dos trabalhadores, é, obviamente, um terceiro desafio.

O comércio e o investimento servem para aproximar os países, bem como para criar crescimento. Isso possibilita que as sociedades de desenvolvam e os direitos sejam fortalecidos. O comércio também deveria andar de mãos dadas com o comprometimento em relação à responsabilidade social das empresas, especialmente por parte das principais companhias multinacionais.

Nunca antes na história a diplomacia econômica foi tão importante ou complexa. no Século XXI, a diplomacia econômica deve, mais do que nunca, dar as boas-vindas aos novos atores dos mercados mundiais e deixar o comércio ser um vetor poderoso não apenas de crescimento, mas também de justiça social, de Cuidado com o meio ambiente e de defesa dos direitos humanos.

De volta ao país que Lorenzo Westin descobriu em 1808, estou orgulhoso do compromisso forte e permanente da indústria sueca com o Brasil. Partindo desse legado, devemos ter como objetivo o desenvolvimento de muitas outras parcerias, com os dois países em pé de igualdade, em áreas como serviços, defesa, tecnologia para os setores da saúde  do meio ambiente, tecnologia da informação e da comunicação, apenas para mencionar alguns ramos promissores. Entrar no mercado brasileiro não é fácil. Certamente é algo que eu não recomendaria àqueles que pensam em termos de curto prazo. Já existem algumas plataformas para ajudar à formação de parcerias Brasil-Suécia, geralmente baseadas em ideias inovadoras ainda nos seus primeiros estágios de "marketização". O diálogo entre os dois governos sobre a melhor forma de apoiar tais parcerias deveria ser intensificado, bem como o diálogo entre o Brasil e a União Europeia - que é o principal parceiro comercial e de investimentos do país.

Bilateral ou multilateralmente, a missão é a mesma: abrir-se para novas oportunidades.

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Magnus Robach
Embaixador sueco no Brasil

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

A herança frenteamplista

Nesses últimos dias tem muita gente preocupada pela "herança" dos governos frenteamplistas. Sobre isso, recomendados a leitura dos 'Cuadernos de la Realidad' e em particular o número 4, recentemente lançado. Nele damos conta dos resultados de nossa política economista para alcançar, antes que tudo, avanços sociais, prioridade obrigatória para os governos frenteamplistas.
Estes avanços não ficam limitados a enunciados nem a promessas eleitorais. Estamos evoluindo nos indicadores econômicos mais significativos, o que permite transformar a realidade através de políticas e ações concretas focadas na cidadania.

Sim, "Avanços sociais", é uma das heranças.

Política salarial: a negociação coletiva e o exercício dos direitos trabalhistas por parte dos trabalhadores e suas organizações representativas.
Política de segurança social: prioriza a melhora nas aposentadorias e nas condições de acesso as diversas prestações e benefícios sociais.
Reforma tributária integral que inclui:
- Maior igualdade relacionando a carga tributária com a capacidade de contribuição dos distintos setores sociais e econômicos.
- Maior eficiência do sistema fiscal.
- Estímulo a Investimento Produtivo e o Emprego, particularmente em setores que aplicam inovação tecnológica e geram empregos de qualidade.

De tudo isso resultou que se favoreceu a competitividade do país, diante a implementação de uma tributação moderna, em um marco de estabilidade jurídica como incentivo e garantia para cidadãos, investidores e economistas.

Novamente podemos demonstrar uma evolução histórica nas condições de vida em nossa sociedade, em especial para aqueles compatriotas que estavam em situação crítica. O crescimento econômico desde a perspectiva progressista está direcionado para a integração social: para a criação de oportunidades, para a eliminação de todo tipo de exclusão, ao crescimento e desenvolvimento em plenitude de todos os direitos de todas as pessoas.

Os governos do Frente Amplio terminaram com os tempos nos quais crescer e distribuir eram aspectos dissociados da política econômica. Nossa política econômica tem incorporado desde o começo, duas direções centrais: dinamismo e igualdade.

Resultado: Hoje o Uruguai tem a melhor distribuição global de renda das últimas três décadas e alcança os melhores resultados em abatimento de desigualdade desde que se tem registros.

A inclusão social sustentável é condição para o desenvolvimento humano, por isso o governo trabalha em forma transversal com esse objetivo.

Em matéria de energia, também podemos falar de heranças; a que recebemos e a que deixamos. Aquela na que chegamos a ter apagões programados; a que construimos um gasoduto pelo que hoje passa gás e a de nossos projetos de país com aposta em um desenvolvimento sustentável ambientalmente com o desenvolvimento de energias renováveis: moinhos de vento, energia solar, regaseificação de gás natural, biomassa, são alguns exemplos.
Seguiremos trabalhando com determinação para o desenvolvimento de nosso país, desde uma visão humanista. Para herdar a nossos cidadãos, uma sociedade solidária, mais tolerante e mais integradora.

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Mónica Xavier
Presidenta do Frente Amplio - Uruguai

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Se faz necessária uma lei de meios audiovisuais

Nesta semana a Câmara dos Deputados aprovará, com os votos do Frente Amplio, a lei de Serviços de Comunicação Audiovisual, conhecida popularmente e jornalisticamente como a "Lei dos Meios".

Historicamente os partidos tradicionais buscaram não regulamentar nem ter marcos normativos claros. Sob o lema de que a melhor regulação de respeito radiofônico é a que não existe e a velha premissa que o mercado é quem deve autorregular-se, se chega a situação atual: a aprovação uruguaia é  refém e não tem nenhuma possibilidade de ter vos nem de eleger entre diferente tipos de conteúdos.

Outro dos argumentos utilizados pela direita se sustenta em que não é tempo de votar esta lei, por duas supostas rações fundamentais:

Como primeiro argumento diz que este projeto não foi discutido o suficiente, o qual é uma mentira, já que o processo que desembocou neste projeto de lei foi totalmente participativo, onde se construiu um conselho consultivo para discutir o tema entre todos os atores vinculados. Nesse conselho houve 80% de acordo entre os participantes e é dessa discussão que partiu o Poder Executivo, e que ao chegar ao Parlamento, se convocou na comissão a todos os interessados a expressar suas opiniões, o que permitiu seguir  construindo.

A outra grande mentira é que não se pode votar e discutir agora porque se aproximam as eleições. Isto mostra a falta de argumentos dos rosados sobre o tema; desde que apareceu a televisão até hoje. Quando foram governo, nunca encontraram o momento para tratar o tema com seriedade. É que para a direita, nunca vai ser o momento para discutir e regulamentar os serviços de radiodifusão, pois na realidade não os interessa. Eles são amigos dos oligopólios.

Esta lei busca gerar um marco regulatório integral sobre os diferentes aspectos que envolvem a rádio e a televisão no nosso país.

Tanto os canais como a maioria das rádios do Uruguai foram concedidos a dedo. Sem nenhum tipo de concursos, sem necessidade de apresentar um projeto de comunicação, sem dar nenhuma retribuição ao Estado. Os proprietários desses meios tem utilizado as ondas que são limitadas e patrimônio de todos os cidadãos, de maneira gratuita durante muitos anos. Se faz imprescindível legislar em relação a este conjunto de privilégios.

A televisão no Uruguai está extremamente concentrada, se encontra nas mãos de três grupos econômicos, donos dos canais 4, 10 e 12. Entre estes canais acumulam 85% da audiência. O negócio não é nada desprezível: as ganancias passam de 195 milhões de dólares anuais.

Sabe-se que os conteúdos dos canais nacionais são bastante homogêneos. Uma surpreendente unidade editorial entre estas três empresas que supostamente competem entre si.

Esta situação se acabará entre outras coisas com a nova Lei dos Serviços Audiovisuais. Porque a mesma dá garantias, assegura a liberdade de expressão, não permite censuras, define formas e tempos para as atribuições de frequências, é anti-monopólio determinando o número de meios que podem ser de uma pessoas ou de um grupo econômico.

Mas também a lei busca desenvolver a indústria nacional, exigindo que mais de 50% dos conteúdos dos canais seja de produções nacionais. Se pretende que a televisão aberta deixe de ser retransmissão dos programas mais baratos trazidos de outro país. Ao mesmo tempo, os canais pagarão pelo uso das ondas radioeletricas e com essa arrecadação se criará um fundo para desenvolver a indústria nacional de qualidade.

Também do setor comercial e público, serão incorporados novos canais destinados ao setor comunitário, aproveitando as novas ondas possibilitadas pela televisão digital. Desta forma, se assegura a pluralidade de conteúdos, permitindo asim a participação de maiores setores da população nos meios de comunicação.

Com esta lei, se começa a reconhecer o direito das audiências e se geram espaços de participação da população para o controle, assim como a criação de uma defensoria da audiência. Para que os meios devam atuar com responsabilidade social.

A oposição dice muitas coisas sobre este projeto, já as tem dito, dirá que é inconstitucional e que restringe a liberdade de expressão, buscará desacreditar e trancar por onde possa sua aprovação.

Mas nunca vão dizer que fazem isso para cuidar de seus interesses, para assegurar que os meios sigam os defendendo como tem feito durante toda a história.

Porém, apesar do mal que aqueles acreditavam que os donos de nosso país, durante tanto tempo, esta lei será votada nesta semana nos Deputados e no ano que vem no Senado. Este governo assume o compromisso político de avançar na democratização dos meios, como nunca se avançou no Uruguai. E quando termine o governo de Pepe Mujica, seguramente seremos um país mais democrático e justo, com mídias mais populares e responsáveis, com regras claras para todos os meios audiovisuais, onde o beneficio da grande maioria permanecerá sobre os interesses dos grupos econômicos.


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Daniel Caggiani
Deputado por Montevidéu - Uruguai

O fantástico mundo de Dudu Campos

Quem vê as recentes entrevistas ou assiste ao programa de TV do Partido do candidato à presidência da República, Dudu Campos, não tem a menor dúvida de que este habita num universo paralelo àquele habitado pelo governado de Pernambuco, Eduardo Campos.

No fantástico mundo de Dudu, as crianças estudam em escolas integrais com o mesmo padrão das escolas suíças onde, por coincidência, estudou o apresentador Jô Soares, que o entrevistou ontem, para delírio da duduzada.

Já na vida real, onde vive o governador de Pernambuco, as crianças estudam em escolas que alagam ao menor sinal de chuva e onde as chamadas escolas de referência, além de estarem sendo municipalizadas, transferidas, para prefeituras que mal podem manter suas próprias escolas, ainda sofrem pela má conservação, falta de estrutura mínima e assédio moral contra professores que não conseguem atingir metas, num sistema que se mostra tão ineficiente que, segundo matéria postada aqui mesmo pelo Blog de Jamildo, em agosto passado, nem com aumento substancial de repasses federais consegue melhorias significativas no Ideb.

Após fiscalizar a secretaria de Educação de Eduardo Campos e as secretarias municipais para onde o governador está transferindo as escolas estaduais, a CGU constatou que o Ministério da Educação aumentou os repasses entre 2009 e 2011, para os municípios pernambucanos, de R$ 1,68 bilhão para R$ 2,38 bilhões. Entretanto, o Ideb, que mede a qualidade do ensino, só cresceu de 3,35 para 3,55.

Já na rede estadual, a disparidade não foi menos gritante. Sob a batuta de Eduardo Campos, que a tudo acompanha através de suas famosas reuniões de monitoramento e de seus meritocratas, que receberam um aumento de repasses do governo federal para melhoria da Educação dos pernambucanos da ordem de 36,25%, no mesmo período, ou seja, entre 2009 e 2011, o Ideb só cresceu 7,07%. Quem quiser conferir, a matéria é do repórter Paulo Veras e foi publicada em 1º de agosto.

Mas no fantástico mundo de Dudu, há outras, digamos assim, idiossincrasias que o distanciam de seu alterego, o governador de Pernambuco. No universo paralelo de Dudu, onde se apregoa a boa e Nova Política, reeleição é prática das velhas raposas, estas em franca extinção e sujeitas à temporada de caça, já aberta por decreto do jovial Dudu e neófito Dudu.

Já na vida real, onde o governador Eduardo Campos habita e convive e interage, na maior camaradagem, com as raposas mais felpudas e até com raposinhas imberbes, reeleição não só é da própria natureza do poder político exercido pelas burocracias partidárias e pelas oligarquias familiares e políticas, das quais Eduardo herdou, não só o próprio partido que preside, mas a linhagem política, como também é moeda de troca, a ponto de jamais ter sido motivo para qualquer pudor seu no apoio dado às sucessivas reeleições do atual presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, seu aliado de todas as horas, o pedetista Guilherme Uchoa. Também partiu de um aliado fiel de Eduardo Campos, o deputado estadual Claudiano Martins, do PSDB, a inviabilização da PEC que impediria o quinto mandato de Uchoa à frente da ALEPE, com a retirada de sua assinatura, ontem, ao projeto. O próprio Eduardo, aliás, não viu problema em utilizar do instituto da reeleição para se ver reconduzido ao Palácio do Campos das Princesas.

Dudu Campos, por ora, surfa nas ondas tranquilas da falta de oposição. Quando tiver que se confrontar com seu maior opositor, o governador Eduardo Campos, é que veremos como irá se safar.

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Noelia Brito
 Advogada e procuradora do Recife

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Camila Vallejo elogiou a liderança de Cristina "na transformação da região"

Camila Vallejo, deputada chilena recentemente eleita pela aliança "Nueva Mayoría" que encabeçou Michelle Bachelet, destacou a figura da presidenta Cristina Fernández de Kirchner e celebrou sua recuperação.

Nesse sentido, Vallejo, de 25 anos, militante do Partido Comunista e licenciada em Geografia, manifestou ao Télam (agência oficial do governo argentino) que satisfaz "o reconhecimento de uma pessoa que escabeça um governo que tende a fortalecer a educação pública nas áreas mais vulneráveis".

Vallejo se referiu aos dizeres da Presidenta, que ontem aos brindar seu primeiro discurso público e logo depois de fazer juramento aos novos ministros, após 47 dias de descanso, recordou a jovem que adquiriu notoriedade em 2011, quando presidia a Federação de Estudantes da Universidade do Chile e foi uma das principais vozes do movimento que iniciou então protestos contínuos pela gratuidade da educação.

Cristina disse ontem que em um jornal do Chile faziam referencia a Vallejo com o título "De rebelde para deputada", e ressaltou que os jovens como Vallejo, que "hoje se incorporam a política nos sindicatos, que se incorporam nas organizações juvenis, nas frentes estudantis, nos movimentos sociais, fazem em democracia e pedindo e vivendo em democracia".

"Este é um trunfo político que você não pode imaginar", expressou a Presidenta para os jovens que a escutavam atentamente e também elogiou a beleza da deputada eleita, reconheceu que "é muito bonita".

Nesse sentido, Vallejo assegurou que "a mim é satisfatório ter esse reconhecimento de uma pessoa que encabeça um governo que tem tendido a fortalecer, por exemplo, a educação pública nas áreas mais vulneráveis", ressaltou em referencia a Cristina.

Assim mesmo, disse que o governo que encabeça a Presidenta "também investiu grande parte do orçamento nacional em pesquisa em matéria de educação, por tanto acredito que é valioso e recebo suas palavras de elogio de muita boa maneira".

Vallejo expressou que "primeiro, celebro sua recuperação, o que não apenas demostra a fortaleza que tem, mas que também porque lhe tocou sofrer a morte de seu marido, o que faz uma demostração da força de muitas mulheres que tem assumido uma liderança importante na transformação da América Latina o que tem assumido dirigências particulares em distintos movimentos".

"Aqui no Chile também temos muitas mulheres representando essas ideias de transformação", ressaltou e completou que "na Central Única dos Trabalhadores (CUT), com Bárbara Figueroa e outros, atualmente, são duas mulheres que encabeção as duas federações de estudantes mais importantes do Chile, pelo que comemoro sua recuperação e fortaleza".

Fonte: Diario Pulse

Demagogia que envergonha

O deputado Daniel Caggiani destacou em conversa com a"Mesa de Notícias" da Catorce10, as "realizações" do governo de José Mujica e assegurou que "é vergonhoso como a direita tem a sensação de que é a força política da mudança".

Segundo disse na conversa com a Mesa de Notícias da Catorce10, "quando um começa a fazer um pouco de memória, dá um pouco de vergonha o discurso da direita".

Para o deputado Caggiani, "Se tem existido uma força política transformadora tem sido o Frente Amplio", dado que "o governo de José Mujica tem se caracterizado por romper o status quo de maneira importante e conseguiu começou a dar os saltos necessários para mudar este país e a agenda de desenvolvimento".

Nesse sentido, destacou que "se você pensa no que foi feito em 8 anos e vê como perspectiva, um se surpreende".

Caggiani enumerou a criação de duas universidades, a regaseificação, o porto de águas profundas, os investimentos de empresas públicas e o desenvolvimento da fibra óptica; e o comparou com o desenvolvimento do processo batllista em 1900.

Diante disso, condenou a oposição por dizer-se "a direita moderna", porque "quando disse que sabem governar o país, na realidade falam de que governaram a crises e deixaram o país afundado".

"É bastante demagógica a forma de atuar de alguns e irritante. Mas as pessoas são inteligentes e sabem diferenciar entre discursos e feitos", concluiu.

Fonte: Diario La República

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Fora dos limites

GRÉCIA - Um projeto de lei que pune a descriminação, a negação de genocídios e a propaganda e o uso de símbolos nazistas divide a aliança que governa a Grécia, formada pelo partido conservador Nova Democracia (ND) e os progressistas Pasok e Dimar. A norma busca freiar os episódios de descriminação e racistas, que cada vez mais avança na sociedade grega, em parte pelo crescimento do partido neo-nazista Amanhecer Dourado (AD), cujo parlamentares estão protagonizando vários eventos.
   Em meados de maio Yanis Dragasakis, vice presidente de Deputados e membro do AD, protagonizou um enfretamento verbal com o lider do esquerdista Syriza, que levou a bancada do AD se retirar da sala gritando "Heil Hitler". Não foi a primeira vez que aconteceu algo parecido. Seus 18 parlamentares, dos 300 que estão na Câmara, já haviam protagonizado vários incidentes, e fora desses lugares tem levantado uma infinidade de reações negativas. Por exemplo, quando repartiram comida para os mais necessitados, porém só para aqueles que podiam acreditar que eram gregos, ou quando chamaram, dias atrás, as pessoas para ir "matar banqueiros" no lugar de suicídios pela crise econômica.
   Porém o evento em meados de maio se somou a outro de gravidade: o 2 de maio, o deputado do AD Yorgos Germenis tentou agredir o prefeito de Atenas, Yorgos Kaminis, e quando foi dominado pelo guarda-costas de Kaminis, tentou sacar sua armar e atirar.
   Alguns legisladores da aliança de governo iniciaram uma campanha para impulsionar medidas que possam limitar esses novos parlamentares. Por exemplo, uma deputada escreveu uma carta pública pedindo para proibir a entrada no Parlamento com armas - os legisladores do AD geralmente agitam suas armas ao argumentar, garante-. Em realidade, esso já está proibido, mas os controles não era tão abrangente como desde a agreção ao prefeito de Atenas.
   Vários casos têm atravessado fronteiras; o último deles é de um jovem afegão de 15 anos que foi brutalmente espancado por um grupo de homens vestidos com o uniforme do AD. Após o ataque o jovem prestou queixa, porém a polícia tentou deportá-lo antes mesmo de investigar o que tinha ocorrido. Em outra ocasião, a Associação Muçulmana da Grécia denunciou ter recebido uma carta assinada pelo grupo político neo-nazista, que exigia que todos os muçulmanos deixassem o país antes de 1º de julho ou seriam "mortos como galinhas".
   A situação preocupa tanto a União Europeia como nos Estados Unidos, onde se exigia que o governo grego fizesse algo. Só neste mês as sentenças verbais se traduziram em impulsos concretos para a exclusão de quem cometer atos racistas. Um deles foi do ministro de interior, Nikos Dendias, que disse em uma entrevista ao jornal Real News que a Contituição dá elementos para "excluir o AD do sistema de partidos", mas que isso necessita do apoio parlamentar.
   O Ministerio da Justiça preparou o projeto de uma nova lei que contempla penas entre 3 meses e 5 anos de prisão e multas de até 20 mil euros para quem promova a discriminação racial, sexual ou religiosa, façam propaganda nazista ou utilizem seus símbolos, e aqueles que negam crimes contra a humanidade e genocídios. Também prevê a privação dos direitos políticos por até 3 anos e, en caso de que a discriminação seja cometiva por um líder ou porta-vos, o partido ou organização que o mesmo representa será privada de fundos públicos. É considerado um agravante o uso do Parlamento para difundir ideias discriminadoras e se retira a imunidade dos legisladores em casa de que se cometam esses crimes.
   O vice-ministro da Justiça, Kostas Karagunis, disse ao apresentar a norma, no ínicio de maio, que esta deve contar com o apoio de todas as formações, porque "todo partido democrátivo e não fascista tem o dever de apoiá-lo". Em declarações a agencia de notícias Efe, Karagunis reconheceu que um dos objetivos do texto é "dar uma resposta clara" ao crescimento do AD.
   A norma chegou no Parlamento na segunda-feira e não foi tão bem sucedida quanto esperavam. "Não houve acordo político porque no ND não estão convencidos", assegurou o líder do partido socialista demócrata Pasok, Evangelos Venizelos. O governo está formado pela maioria do ND, com o respaldo dos progressistas Pasok e Dimar. O conservador ND, chegou a considerar o AD um "partido irmão"- embora depois se retratou - porque compartilham o impulso de políticas anti-imigração. Venizelos acusou o ND que querer ganhar o "público do AD", a crítica semelhante a lançada pelo opositor Syriza, onde disse que "ND está namorando com a extrema direita".
   As mídias gregas informação que o governo do primeiro ministro, Andonis Samaras (o setor mais direitista), levou ao Ministerio da Justiça (a ala mais progressista do partido) o projeto e deu-se mais semelhante a outra ideologia, que será uma serie de modificações para contar com o respaldo dos setores mais conservadores do grupo.
   Esse cenário ameaça romper a unidade da aliança de governo. Na terça os parceiros progressistas do ND anunciaram em um comunicado conjunto que vão voltar para a lei do Misnisterio da Justiça e vão apresentar por conta própria no Parlamento. Consultados pela imprensa, recusaram-se a se aliar com o principal partido opositor, Syriza, para reunir os votos necessários para a aprovação da norma.
   O ND disse que não votarão pela proposta se não for aprovada pelo gabinete, e alguns legisladores apontaram que talvez não precise de uma nova lei. O AD assegurou que "nada vai parar a maré nacionalista" e que o atual governo "não vai durar muito".

fonte: la diaria - Uruguai

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Soberania e Integração: O Banco do Sul começará suas atividades em junho


O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou que o Banco do Sul começará suas operações na próxima segunda (3), e advertiu que "as bandeiras do neoliberalismo do continente" estão levantando novamente.


"Estamos a dias de um momento histórico, o 3 de junho, aqui em Caracas, vamos intalar o conselho de Ministros-Governadores do Banco do Sul e nesse dia serão tomadas as decisões para que comece as operações", expressou Maduro.

O presidente venezuelano fez este anúncio a noite, durante a instalação de uma Conferência sobre Recursos Naturais e Desenvolvimento Integral da Unasul (União das Nações Sul-Americanas) que se realizará até a próxima quinta-feira(30), en Caracas.

Maduro relembrou que a ata de fundação do Banco do Sul foi assinada em 9 de dezembro de 2007 pela Argentina, Bolivia, Brasil, Equador, Paraguai, Uruguai e Venezuela, com o fim de gerar uma entidade de financiamento regional independente de organismos como o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Ressaltando o valor da iniciativa continuar, apesar dos "obstáculos" apresentador pelos "excelentes tecnocratas financeiros", delineou Ansa.

Chamou a atenção sobre a necessidade de "adaptar-se à velocidade e qualidade para os tempos que estão em desenvolvimento, ou essa velocidade pode arrastar-se até nós e nos levar pelos caminhos ultrapassados".

"Estão levantando novamente as bandeiras Alca e do neoliberalismo no continente, sabemos o que isso significa", disse ele, acrescentando: "Nós começamos a ver lá como estão esfregando as mãos e acreditando que volte o tempo para os projetos neocolonizadores".


Fonte: Diario Pulse

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Em reunião, fabricantes garantem estar preparados para crescimento do mercado de Telecomunicações.


   Brasília – Os maiores fabricantes de equipamentos e componentes de redes de telecomunicações garantiram em reunião com Maximiliano Martinhão, secretário de Telecomunicações do MiniCom, que a indústria brasileira está preparada para atender à crescente demanda do mercado de telecomunicações do Brasil.
   Martinhão descatou o esforço do governo para estimular investimentos do setor e aumentar o acesso à banda larga. De acordo com o secretário, a indústria nacional de telecomunicações é importante para o desenvolvimento tecnológico do setor, como também para o crescimento econômico do país.
   A reunião contou com presenças como da diretora executiva da Associação P&D Brasil, Rosilda Prates; Ivo de Andrade Filho, da Parks; Antônio Porto, da Datacom; João Carlos Alcântara Jr, da Furukawa; entre outros representantes.
   Os representantes das empresas descataram que as produções estão preparadas para o mercado,  incluindo equipamentos desenvolvidos com tecnologia nacional, que ganham incentivo como o Regime Especial de Tributação do PNBL.
   Prates, da Associação P&D Brasil, relatou que os investimentos em pesquisa e tecnologia de suas empresas associadas é na média de 16% do faturamento. Os empresários reiteraram a posição de manter os investimentos no desenvolvimento de soluções e na produção local de forma a gerar mais empregos e contribuir para a redução do déficit da balança comercial do setor.