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sábado, 29 de janeiro de 2011

Quando

Quando

Quando os pés não respondem suas ordens
Quando os braços não respondem seus comandos
Quando simplesmente não existe mais o ‘simples’
Quando tudo é composto ou até mesmo derivado
Quando um passo puxa uma jogada de braço
Quando uma jogada de braço se transforma em um giro
Quando um giro pode se transformar em queda
Quando uma queda sempre se transforma em improviso
Quando isso acontece é que me dou conta
Estou dançando.
   
                           Lucas Tiné

Dedicado para: Dielson Pessôa, Íris Campos, Iara Campos e Aline Machado.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Morte em 4 atos

I Ato - Excelência

 Com a sua espada de ouro
Abriram-se as portas do céu
Foi um corte tão doloroso
Leva,
Leva essa dor do mundo.
Na frente do grande mistério
Um coro de vozes celeste
E a alma do vale profundo
Leva,
Leva essa dor do mundo.


II Ato - Porque

Pra que lado o sol nasce?
São quantas primaveras?
Quantos mundos girando?
Quantas magoas se enterra?
Quantos santos que bebem?
E essas flores murchando...
Que sentido essa merda?
Que sentido essa merda?

III Ato - Leva a alma desse moço

A luz lá longe no fim
A vela no alto mar
Segredo distante
O barco não volta mais
Sereia, teu coração
Leva a alma desse moço
Que a luz já não é mais fogo
Não é mais terra, água nem ar.
 

 IV Ato - Para o infinito

Se essa moça brinca
A vida passa e não tem mais como voltar
E se ela fosse séria
A vida amargaria então
Como seria a moça que quer se salvar
Nada vai dividir dor nenhuma
Sinta o peso quando for cair em sí
Tudo multiplica o verso
Sinta o tempo que já está por vim
No fim vamos nós
Para o infinito.